O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) realizou levantamento da presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 100 municípios de Santa Catarina e identificou que 22 recebem água com resquícios de agrotóxicos. Ao todo foram analisados 204 princípios ativos de agrotóxicos. As operadoras do sistema de água pesquisam somente 27 substâncias, conforme o parâmetro indicado pelo Ministério da Saúde. Porto União foi uma das 22 cidades onde o MP apontou que há contaminação com as substâncias.

Dos 17 princípios ativos de agrotóxicos encontrados na água que chega aos municípios monitorados, sete são proibidos na União Europeia devido aos efeitos negativos que podem provocar na saúde humana – atrazina, simazina, bromopropilato, metalacloro, permetrina, propargite, propiconazol.

As amostras foram coletadas entre março e novembro de 2018, período de safras e cultivos, pelo Programa da Qualidade da Água Tratada, do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO) do MPSC, em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). O monitoramento é realizado com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL).

Na água em Porto União foram encontrados Atrazina (usado em plantações de milho, cana-de-açúcar, pinus e sorgo para o controle de ervas daninhas) e Diurom (usado em plantações de abacaxi, alfafa, algodão, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, citros, eucalipto, seringueira, soja, milho, trigo e uva)

“Apresentei na sessão o relatório feito pelo MPSC que analisou a qualidade da água em 100 cidades, 22 mostraram problemas e a nossa cidade está nessa lista. Precisamos avaliar isso porque aprovamos agora a renovação do contrato entre a prefeitura e a Sanepar. A empresa Aris, que fiscaliza as ações da Sanepar, mostrou que os últimos dados sobre a água estavam normais, apontou apenas problemas na estrutura que a empresa deverá sanar”, explicou.

O vereador solicitou a vinda dos representantes da Aris e da Sanepar para explicar esse problema encontrado pelo MPSC. “É a nossa água do dia-a-dia e esse assunto precisa ser discutido. Quero parabenizar o MPSC pelo trabalho. Sem água não vivemos e ela poluída pode causar muitas doenças aos nossos munícipes”, completou. (Com informações do MPSC)